“Pensamos que ela era uma prostituta”. Com essa declaração cinco jovens do Rio de Janeiro, todos com cerca de 20 anos, tentam justificar o espancamento cometido por eles na empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho, na madrugada do último sábado. Justificar?! É possível, nesse caso, haver alguma justificativa? Mesmo que ela fosse uma prostituta, não tinham eles o direito de nada de fazerem contra ela.
Dizem que os criminosos são os pretos e pobres, não é mesmo?! E a mídia, volta e meia, reforça essa falsa verdade. Porém os cinco jovens acusados do crime têm um nível social, econômico e acadêmico bem razoável, afinal, todos estão na faculdade. Onde está aí o preto e o pobre?! Onde estavam também no crime cometido há 10 anos, quando um Galdino, índio pataxó, foi queimado? Ou quando uma Vonrichtoffen matou os pais? E onde estão o preto e o pobre quando nos referimos à nossa Capital, Brasília?! Essa última pergunta pode ser respondida: o preto e o pobre estão sofrendo com o descaso, com séculos de exploração, de humilhação e, principalmente, preconceito.
Outra frase dita por um dos jovens chama atenção. O estudante de Administração Felippe de Macedo Nery Neto afirma: "Vamos ver se isso vai ficar assim, minha família não é qualquer uma”. Engraçado... não nos diz a constituição que todos são iguais perante a lei, independente do sobrenome forte, ou da pele negra, ou ainda da sexualidade? Diz sim, a constituição. Entretanto, as práticas de anos e anos atestam o contrário. A corrupção dos poderes e dos governos é uma das nossas maiores vergonhas nacionais! Se é que existe alguma outra que a supere! (particularmente, eu duvido).
Pensemos quais os motivos que levaram esses jovens a praticar tal ato. Dizem que estavam saindo de uma "balada", que estavam drogados e, possivelmente, embriagados. E isso é motivo? Não acredito. A bebida e as drogas alteram sim a percepção do mundo à nossa volta, mas elas não podem ser responsabilizadas por nossos atos. Não sei se há pesquisas que confirmem a tese, mas há pessoas que dizem que essas substâncias acabam por liberar nossos desejos reprimidos, os aspectos de nossa personalidade que estão escondidos, nos dando coragem para fazer o que não conseguiríamos sóbrios.
O pior disso tudo é a frase do pai do estudante de Direito Rubens Arruda: “Não queremos que eles dividam celas com bandidos perigosos. Não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham, presas”. Como disse Sirley, eles são crianças para irem presos, mas não são para curtirem a noite toda de balada, para se embebedar, para se drogar, para trabalhar, enfim. Tudo bem que nenhum pai quer ver seu filho na cadeia, entretanto é preciso lembrar que limites existem, assim como leis, que devem ser cumpridas e respeitadas. Se fosse o contrário, ele faria uma guerra para punir os culpados.
Vivemos numa sociedade em que a cada dia os jovens têm menos consciência de valores e limites, onde as famílias se desestruturam, e não digo que tem que existir pai, mãe e filho(s), obrigatoriamente. Falo da questão do diálogo, de conhecer uns aos outros, de uma educação moral e ética, de acompanhamento, falo de amor. Amor não é só dizer sim a todos os desejos e caprichos e acobertar os erros, é fazer crescer, mostrando onde errou, fazendo pagar o preço pelo erro; é apoiar nas coisas que são corretas e justas e repudiar o contrário. Cada um deve ser responsável pelos seus atos e isso não significa estar sozinho na vida, significa que cada ação repercute, gera reação.
É uma lástima o ocorrido. Por sorte, nada de pior aconteceu. Resta agora esperar pelo julgamento do caso e tentar deixar o fato aceso na memória, coisa rara na história do país. Quem sabe, sem pesquisar, o que aconteceu com os assassinos do índio Pataxó Galdino?
Dizem que os criminosos são os pretos e pobres, não é mesmo?! E a mídia, volta e meia, reforça essa falsa verdade. Porém os cinco jovens acusados do crime têm um nível social, econômico e acadêmico bem razoável, afinal, todos estão na faculdade. Onde está aí o preto e o pobre?! Onde estavam também no crime cometido há 10 anos, quando um Galdino, índio pataxó, foi queimado? Ou quando uma Vonrichtoffen matou os pais? E onde estão o preto e o pobre quando nos referimos à nossa Capital, Brasília?! Essa última pergunta pode ser respondida: o preto e o pobre estão sofrendo com o descaso, com séculos de exploração, de humilhação e, principalmente, preconceito.
Outra frase dita por um dos jovens chama atenção. O estudante de Administração Felippe de Macedo Nery Neto afirma: "Vamos ver se isso vai ficar assim, minha família não é qualquer uma”. Engraçado... não nos diz a constituição que todos são iguais perante a lei, independente do sobrenome forte, ou da pele negra, ou ainda da sexualidade? Diz sim, a constituição. Entretanto, as práticas de anos e anos atestam o contrário. A corrupção dos poderes e dos governos é uma das nossas maiores vergonhas nacionais! Se é que existe alguma outra que a supere! (particularmente, eu duvido).
Pensemos quais os motivos que levaram esses jovens a praticar tal ato. Dizem que estavam saindo de uma "balada", que estavam drogados e, possivelmente, embriagados. E isso é motivo? Não acredito. A bebida e as drogas alteram sim a percepção do mundo à nossa volta, mas elas não podem ser responsabilizadas por nossos atos. Não sei se há pesquisas que confirmem a tese, mas há pessoas que dizem que essas substâncias acabam por liberar nossos desejos reprimidos, os aspectos de nossa personalidade que estão escondidos, nos dando coragem para fazer o que não conseguiríamos sóbrios.
O pior disso tudo é a frase do pai do estudante de Direito Rubens Arruda: “Não queremos que eles dividam celas com bandidos perigosos. Não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham, presas”. Como disse Sirley, eles são crianças para irem presos, mas não são para curtirem a noite toda de balada, para se embebedar, para se drogar, para trabalhar, enfim. Tudo bem que nenhum pai quer ver seu filho na cadeia, entretanto é preciso lembrar que limites existem, assim como leis, que devem ser cumpridas e respeitadas. Se fosse o contrário, ele faria uma guerra para punir os culpados.
Vivemos numa sociedade em que a cada dia os jovens têm menos consciência de valores e limites, onde as famílias se desestruturam, e não digo que tem que existir pai, mãe e filho(s), obrigatoriamente. Falo da questão do diálogo, de conhecer uns aos outros, de uma educação moral e ética, de acompanhamento, falo de amor. Amor não é só dizer sim a todos os desejos e caprichos e acobertar os erros, é fazer crescer, mostrando onde errou, fazendo pagar o preço pelo erro; é apoiar nas coisas que são corretas e justas e repudiar o contrário. Cada um deve ser responsável pelos seus atos e isso não significa estar sozinho na vida, significa que cada ação repercute, gera reação.
É uma lástima o ocorrido. Por sorte, nada de pior aconteceu. Resta agora esperar pelo julgamento do caso e tentar deixar o fato aceso na memória, coisa rara na história do país. Quem sabe, sem pesquisar, o que aconteceu com os assassinos do índio Pataxó Galdino?