03 abril 2007

Madrugadas...

Depois que o deus Sono faz sua ronda e leva os mortais aos braços de Morfeu, me vejo acordado. A contemplar a passagem, ora vagarosa, ora acelerada, das horas da madrugada. Mesmo com a correria que o dia impõe, com o cansaço que inflinge, eu resisto e continuo a gostar dessas horas solitárias da madrugada... seja para uma leitura, para apreciar uma música, para assistir a um filme, arrumar a casa, namorar, a madrugada é o período melhor...

O silêncio se faz presente e soh se faz quebrar pelos galos que insistem em anunciar um novo dia, como se o estivessem a chamar, apressando-lhe a vinda. A madrugada, por vezes, parece te destacar no tempo... as vezes te sugere ser você o dono do mundo...

Mas vem logo o raiar do dia, com suas horas cada vez mais curtas, com os passos mais acelerados, com as imposições de rotina, horários, obrigações... o dia é um chato! Trazido por Apolo em sua carruagem incandescente, o dia também se faz caçador... diante a sua eminente chegada, a maioria dos sonhos cessam... há os reticentes... mas são poucos (e excluidos!)

Escravagista. Esse poderia ser uma das caracteristicas atribuidas ao dia... exatamente... somos em grande maioria escravos desses momentos iluminados... uma servidão voluntária de muitos, vale ressaltar... mas escravos das regras diurnas...

E, embora eu tente manter a minha rebelião particular pela madrugada, meu feitor me espreita por todos os cantos... com chicote, faz meu corpo implorar por rendição... mas minha mente não quer se entregar... tento achar argumentos, proposições, compensações... mas nada adianta.
Ao final dessa guerra particular, minha mente se deixa vencer e percebe mais uma vez que não há como fugir de uma verdade: é impossivel desobedecer ao sono, e ao seu senhor, o dia. Caso se vença a batalha de uma noite, o castigo virá na manhã seguinte. O dia nasce e estamos subordinados novamente a suas regras e ditames, e nada podemos fazer.
O feitor fiel ao dia, o sono, está em nosso encalço.

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