14 fevereiro 2008

Elejo-te meu senhor

Quem é você?
O que quer de mim?
O porquê de me escolher?
Não vai desistir?

Dizes ser o amor,
Que a mim veio preencher
Com cores e cheiros de flor
E que ficarás até o total desentristecer

A ti, te chamo de dor
Que vieste para dos eixos fora me pôr
Ah, sádico e belo feitor
Em teus braços um brinquedo sou

Imploro: incendeia-me a alma
Transformes a mim numa phoenix renovada
Mesmo com a dor, sem ti sou nada
Suplico: me leves ao fim da caminhada

Mostres a mim o desconhecido
Afetes e deturpes os sentidos
Atendas aos meus pedidos
Que, juro, converto os anjos caídos

Sou um guerreiro desarmado
Um cântaro vazio
Um cão abandonado
O leito seco de um rio

Só tu podes me armar
Só tu podes me encher
Só tu podes me encontrar
Só tu podes me reviver

Fico a espera de tua piedade
Coloco-me teu servo, escravo
Explicito-te minha vontade
De pelo amor ser amado

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