26 junho 2007

Mais um caso bárbaro!

“Pensamos que ela era uma prostituta”. Com essa declaração cinco jovens do Rio de Janeiro, todos com cerca de 20 anos, tentam justificar o espancamento cometido por eles na empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho, na madrugada do último sábado. Justificar?! É possível, nesse caso, haver alguma justificativa? Mesmo que ela fosse uma prostituta, não tinham eles o direito de nada de fazerem contra ela.

Dizem que os criminosos são os pretos e pobres, não é mesmo?! E a mídia, volta e meia, reforça essa falsa verdade. Porém os cinco jovens acusados do crime têm um nível social, econômico e acadêmico bem razoável, afinal, todos estão na faculdade. Onde está aí o preto e o pobre?! Onde estavam também no crime cometido há 10 anos, quando um Galdino, índio pataxó, foi queimado? Ou quando uma Vonrichtoffen matou os pais? E onde estão o preto e o pobre quando nos referimos à nossa Capital, Brasília?! Essa última pergunta pode ser respondida: o preto e o pobre estão sofrendo com o descaso, com séculos de exploração, de humilhação e, principalmente, preconceito.

Outra frase dita por um dos jovens chama atenção. O estudante de Administração Felippe de Macedo Nery Neto afirma: "Vamos ver se isso vai ficar assim, minha família não é qualquer uma”. Engraçado... não nos diz a constituição que todos são iguais perante a lei, independente do sobrenome forte, ou da pele negra, ou ainda da sexualidade? Diz sim, a constituição. Entretanto, as práticas de anos e anos atestam o contrário. A corrupção dos poderes e dos governos é uma das nossas maiores vergonhas nacionais! Se é que existe alguma outra que a supere! (particularmente, eu duvido).

Pensemos quais os motivos que levaram esses jovens a praticar tal ato. Dizem que estavam saindo de uma "balada", que estavam drogados e, possivelmente, embriagados. E isso é motivo? Não acredito. A bebida e as drogas alteram sim a percepção do mundo à nossa volta, mas elas não podem ser responsabilizadas por nossos atos. Não sei se há pesquisas que confirmem a tese, mas há pessoas que dizem que essas substâncias acabam por liberar nossos desejos reprimidos, os aspectos de nossa personalidade que estão escondidos, nos dando coragem para fazer o que não conseguiríamos sóbrios.

O pior disso tudo é a frase do pai do estudante de Direito Rubens Arruda: “Não queremos que eles dividam celas com bandidos perigosos. Não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham, presas”. Como disse Sirley, eles são crianças para irem presos, mas não são para curtirem a noite toda de balada, para se embebedar, para se drogar, para trabalhar, enfim. Tudo bem que nenhum pai quer ver seu filho na cadeia, entretanto é preciso lembrar que limites existem, assim como leis, que devem ser cumpridas e respeitadas. Se fosse o contrário, ele faria uma guerra para punir os culpados.

Vivemos numa sociedade em que a cada dia os jovens têm menos consciência de valores e limites, onde as famílias se desestruturam, e não digo que tem que existir pai, mãe e filho(s), obrigatoriamente. Falo da questão do diálogo, de conhecer uns aos outros, de uma educação moral e ética, de acompanhamento, falo de amor. Amor não é só dizer sim a todos os desejos e caprichos e acobertar os erros, é fazer crescer, mostrando onde errou, fazendo pagar o preço pelo erro; é apoiar nas coisas que são corretas e justas e repudiar o contrário. Cada um deve ser responsável pelos seus atos e isso não significa estar sozinho na vida, significa que cada ação repercute, gera reação.

É uma lástima o ocorrido. Por sorte, nada de pior aconteceu. Resta agora esperar pelo julgamento do caso e tentar deixar o fato aceso na memória, coisa rara na história do país. Quem sabe, sem pesquisar, o que aconteceu com os assassinos do índio Pataxó Galdino?

21 junho 2007

Ainda existe São João?!

Fogos estourando no céu, criaças empolgadas com seus traques de salão e roupas xadrez. É impressão minha ou essas coisas já não acontecem mais?

Lembro-me de quando eu era criança, todo aquele movimento entorno das comidas a base de milho, aimpim, amendoim, como canjicas, curais, bolos, biscoitos e outras tantas guloseimas. Para os adultos, além de todas as comidas, haviam os licores, os quentões, as festas;

O ar estava carregado do clima junino.

Hoje em dia, não sei se por conta da correria, não percebo mais isso.

Onde estão as quadrilhas, os forrós, as fogueiras, as roupas xadrez, os chapéus de palha, as trancinhas das meninas? Para onde foram?

As rádios já não tocam o bom forró, o xote, ou o baião. O que mais se ouve é um tal de arrocha, cuja dança parece uma crise nervosa ou uma baita dor de barriga. Na melhor das hipóteses, está a tocar um pseud-forró, com giutarras, teclado e outros apetrechos que soh servem para fazer os bailarinos se exibirem em acrobacias no palco.

Onde foi parar a boa músca de Luis Gonzaga, Dominguinhos e companhia?

Quero o cheirinho de biscoito de novo no ar, quero ouvir o bom e original forró, querover e dançar uma bela quadrilha junina, quero os traques de salão e os fogos de artifício a pipocar.

Queria reviver o São João da minha infância, com inocência e alegria: um chapeu de palha, uma camisa xadrez e uma calça remendada.

E novamente, como traz a canção, poder falar: "O São João passou aqui?! PASSOU!"

19 junho 2007

Sem ressalvas

Sem ressalvas eu quero amar...
Quero acordar a cada manhã e contemplar o dia, mesmo que seja nublado
Quero saudar cada um de meus amigos com um forte abraço e um beijo carinhoso
Quero dizer a todos que me rodeiam o quanto eu os amo e deles preciso

Sem ressalvas eu quero ser amado...
Quero poder beijar o meu amor a toda hora e instante, pelo simples fato de ter vontade
Quero rir ao final de cada telefonema, naquela disputinha de quem desliga primeiro
Quero poder beijar e abraçar a louca criatura que por mim se interessa todos os dias...

Sem ressalvas eu quero viver...
Quero gritar ao mundo o quanto é especial essa passagem pela terra
Quero aprender tudo que for possível e fazer o impossível
Quero escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho...

Sem ressalvas eu quero que a vida me leve a muitos lugares...
Quero experimentar muitos vinhos e pães, de tipos e origens as mais diferentes
Quero percorrer o mundo, nem que somente na imaginação, enlevada pelo livros
Quero deixar a minha marca no mundo, fazer a diferença

Sem ressalvas eu quero ser um instrumento de Deus...
Quero amar a tal ponto que possa irradiar o amor de Deus por nós
Quero fazer o melhor de mim e a Ele consagrar
Quero poder amar cada um de seus filhos e perdoar todas as ofensas

Sem ressalvas, eu apenas quero ser feliz!

17 junho 2007

Pontos sem explicação

Um momento de repor as idéias, os sentimentos e as metas em seus devidos lugares. Acredito que todos precisamos deles, e nos últimos dias, vivo o meu. Acho que não exatamente da menira como gostaria, ou necessitaria, mas da maneira que encontrei. É certo que passei por cima de algumas responsabilidades e compromissos, mas peço que me perdoem. Acredito e peço ao grande e poderoso Pai que quando eu emergir dessa nuvem em que me encontro, estarei mais disposto e com mais garra, mais gana.

Sei que todos tem seus problemas e seus fantasmas, assim como que cada um lida de maniera diferente com eles. O meu modo é esse: afastamento, reclusão, sumiço! Até o momento, alguns temores e fantasmas foram exterminados, mas ainda resta alguns. Tenho mais um dia para acabar com eles e seguir com a vida que eu, de certa forma pausei. Caso não consiga, terei que passar por sobre eles, de qualquer maneira.

Agradeço aos amigos que puderam perceber minha fase e que com um sorriso ou um "oi" me ajudaram a perceber pequenas grandes coisas. Agradeço a Deus a oportunidade e o luxo de me preocupar com coisas que pareceriam piadas aos outros e também pelo fato de recohecer e tentar seguir.

Enxergo esse texto de uma maneira que não posso definir, não consigo. E acho melhor assim. Tenho a mania de a tudo querer entender e saber as motivações. Pura inocência, eu também o sei.

Aos amigos que de mim precisaram e não me encontraram nesses últimos dias, digo que mesmo recluso, pensava e orava por todos vocês. Aos chefes, compromissos e trabalhos, mais uma vez peço que me desculpem e tentem compreender. Com condições ou não, sangue e suor vou derramar!

Bem, é isso. Acho que nada mais meu coração tem a escrever por hoje. Que Deus ilumine a cada um de nós e guie nossos passos pelos melhores caminhos, que são aqueles por Ele escolhidos. Que cuide e cure dos enfermos e que acolha aqueles que terminaram a jornada de suas vidas na Terra. E como nos traz a medalha de São Beno: "Vade Retro Satana, Non Suade Mihi Vana. Sunt Mala Quae Libas, Ipse Venena Bibas!"

Crux Sacra Sit Mihi Lux, No Draco Sit Mihi Dux!

09 junho 2007

Vozes do coração

Às vezes, ouvimos uma voz que brota de nosso interior e tenta se comunicar conosco. Porém, constantemente a ignoramos, ou fazemos questão de não escutá-la. Até que em determinado momento ela pára e achamos que está tudo bem. Pode mesmo ter ficado tudo bem, mas, pode ser também que nossa vida esteja necessitando de algo que não sabemos, ou que ela está correndo de uma maneira que não a mais correta.

Essa voz a qual eu me refiro é a voz do coração, a voz do sentimento, do sexto sentido, da consciência, etc. Ela adota muitas maneiras de se apresentar. Mas não é isso o quei mporta, e sim aquilo que ela quer nos dizer e insistimos em desprezar. Provavelmente, chegará um ponto em que tudo desandará ou que a voz gritará com você.

Sim, digo gritar, pois esse é o último estágio. Ela começa sussurrando, como que a te contar um segredo. Se você não a escuta, vem a fala moderada, a fala mansa, como que um conselho. Uma fala já normal, com tom de informação ou sugestão. As maneiras mudam de acordo com a mensagem.

Quanto mais se ignora, mais alta a voz vai tentar falar. E se ela calar-se, espere. Das duas, uma: ou ela nunca mais lhe dirá nada a respeito, ou vai gritar, te ordenando, impondo que a obedeça.

Não sei se é assim com vocês, mas para mim tem funcionado. E observo que quanto mais cedo a escuto, melhor é. Posso até quebrar a cara de vez em quando, mas, no mínimo, aprendo uma boa lição, sem muito sofrer.

E é isso que tenho tentado fazer: ouvir a voz de meu coração e seguir aquilo que ele me indica, o que me pede.

E você, tem escutado o seu coração?!?

Quais dores você carrega?

Há um ditado que diz que só quem sente a dor é que sabe como dói. Concordo. Cada um tem uma experiência,uma bagagem, um modo de ver e sent...